Esquentar o Carnaval e outras frequencias cerebrais
Para começar o carnaval e entrar no ritmo, sem perder a viagem e nem escorregar na Sapucaí, aqui vão algumas idéias dessa mente alienígena que vos escreve.Depois de uma ressaca homérica e do encontro com extraterrestres no Camorim, ficou em meu cérebro a salada genérica de sons e grooves que foram executados na festa OVNI SESSIONS. E também várias perguntas sem respostas...
OBMJ - TICO-TICO NO FUBÁ
Como ser unânime em questão de estilos e gostos musicais?
Será que é impossível agradar a todos sempre?
Estamos tentando contato com E.T. Mas e se os aliens somos nós?
Seria o Brasil realmente livre e a mistura étnico-social ideal para este país continental?
Como afirmar que somos únicos no mundo se do universo ainda se conhece menos de 1%?
Quando vamos aprender a utilizar totalmente as capacidades de nosso cérebro?
Quando um fala e um outro não ouve; ainda quando todos falam e ninguém ouve; mais, quando ninguém fala e mesmo assim você ouve, será que isso tudo é normal, ou ainda somos piores que um animal? [no que diz respeito a habilidade e uso dos sentidos]
Estas são algumas das coisas inquietas, questões que fiquei debatendo na cabeça que gostaria de dividir com vocês leitores [será que existe algum?].
E a busca pela solução de alguns mistérios do mundo, fez com que eu buscasse respostas na produção musical de seres digamos "extraterrestres" da cultura popular musical. Não raramentes somos levados a outras dimensões através de estímulos sonoros, somados a letras e composições inspiradoras, fica garantida a viagem e a liberdade de imaginação, talvez esse o melhor uso que fazemos de nossa mente.
Também vale ressaltar que a inquietação filosófica da humanidade, vem ao longo da história registrando as buscas e as tentativas de explicar o mistério de onde viemos, quem somos e para onde iremos.
Não por coincidência este foi o tema da Unidos da Tijuca, campeã do carnaval 2010, que levantou a avenida com um trabalho impecável, onde mostrou grandes passagens históricas e eventos marcantes da humanidade cercados de mistérios e segredos não revelados.
Mas Voltemos às questões iniciais que me instigaram a criar este texto.
OBMJ - AGUAS DE MARÇO
Quando se trata de sociabilizar com pessoas diferentes de você, num território desconhecido - e como já dizia Renato Russo "Festa estranha com gente esquisita, eu não tô legal"- ficam latentes as diferenças e dificuldades de relacionamento e interação entre pessoas sócio-culturalmente diferentes.
Alguns são mais sensíveis a arte, ou a recepção e percepção de formas plásticas, outros mais às freqüências sonoras diversificadas, outros a barulhos e ruídos intermitentes, isso sem falar nas letras ou palavras contidas nas músicas. Sem contar com outras áreas do conhecimento humano e a galera de exatas e ciências, falar de sensibilidade artística dentro de cada indivíduo e entende-las, antes entende-la dentro de si mesmo, é uma tarefa difícil ainda mais tratando-se do coletivo, e fazer uma avaliação do gosto musical num ambiente diversificado seria tarefa para super-herói.
Porque quando falamos de gosto e afinidades, falamos de personalidades, do íntimo de cada um segundo sua formação, seu DNA genético herdado, suas inclinações e desenvolvimento social. O que complica bastante se tratando de um país miscigenado na sua origem. Para um completo entendimento do todo e com o complicado objetivo de tentar agradar a todos, inevitavelmente alguns ficarão de fora ou mal compreendidos. Neste quesito eu me incluo, pois ora sou mal entendido, ora sou exagerado nas minhas críticas e avaliações do complexo entendimento do comportamento e cérebro humano.
E para essa difícil tarefa tenho me forçado a circular pelos mais diferentes grupos e estilos sociais, a fim de ter uma clara visão, bem de perto, participando e envolvendo-me nas questões de cada grupo. Não tenho a pretenssão de desenvolver teses antropológicas e nem de discutir a cerca da filosofia, mas fica muito fácil sentar do alto de sua arrogância e apontar esse ou aquele estilo e dizer a qual linha filosófica, historicamente ele pertence. Acadêmicos ou letratos que nunca colocaram o pé na rua e sentiram na pele as questões pela própria sobrevivência do ser e ter uma identidade original.
Nessa difícil tarefa eu me reservo a escrever aqui meu particular modo de ver as coisas e, no máximo compartilhar minhas idéias e gostos com quem estiver interessado em conhecer-me, ou pelo menos entender o que mais me influencia. Assim não só estarei facilitando as pessoas o entendimento das coisas que regem meu universo, como também estarei pavimentando a longa estrada do autoconhecimento, colocando no “papel” todos os rascunhos, projetos, idéias e desejos da minha mente, a fim de poder olhar para cá e ver o que minha mente anda produzindo como resultado das experiências da vida.
Tal qual seria um encontro pessoal entre duas pessoas distintas: você mesmo conhecendo sua própria mente, de dentro para fora e de fora para dentro.
"Os lábios dos justos ensinam muitos mas os tolos morrem por falta de sabedoria.
A riqueza do homem rico está na cidade.
Destruição dos pobres é a sua pobreza.
Aflição da alma é a vaidade."
Peter Tosh - Fools Die - trecho
Após esta “longa” introdução, quero falar sobre um som que tocou algumas vezes durante a festa, e que deu pra sentir que, senão agradou a todos, pelo menos boa parte das pessoas que se encontravam próximas a pista não pararam de sacudir seus cérebros e membros um segundo sequer. Algumas destas bandas eu busquei na web e garimpei o ouro que foi descobrir esta banda dos vídeos aqui adicionados, a YBBB – YoungBlood Brass Band.
Uma definição e uma busca sonora às origens da cultura e formato de nosso carnaval nos dias de hoje, e como recebemos informações de diferentes lugares do mundo e como "compilamos" à nossa maneira.
Youngblood Brass Band destrói a convenção. Eles estão focados na criação de música sempre com muito progressivo, acústico, inovador, empregando quaisquer sons e meios necessários para fazê-lo. Estes nove membros vêm ao longo destes Estados Unidos (Madison, WI / Nova York, NY / San Francisco, CA / Chicago, IL) e são absolutamente focados em desencadear novas músicas para o resto do mundo. Para esse objetivo, foram excursionar por toda a Europa e os Estados Unidos nos últimos cinco anos. Tendo realizado em mais de uma dúzia de países e em alguns dos mais prestigiados festivais de música - Roskilde, Lowlands, Pukkelpop, Glastonbury, Womad, etc... Seus deslumbrantes concertos garantiram seu status como um grupo incrível de ver ao vivo se está em um ambiente íntimo de um clube pequeno ou um festival internacional.
Unlearn seu álbum de estréia foi lançado independentemente em 2000 e contou com colaborações com o rapper Talib Kweli (que gerou o underground single "Ya'll Stay Up"), Mike Ladd, DJ Skooly e ex-Frank Zappa vocalista Ike Willis. A atenção gerada levou o álbum para um contrato de gravação com Ozônio Music (NYC), a vanguarda revolucionária etiqueta hip-hop que introduziu o talento poético e radical da Company Flow (El-P), Mike Ladd, Antipop Consortium, Mr. Lif e Saul Williams, entre outros.
Seu lançamento alto antecipado seguinte em 2003 Center: Level: Roar foi lançado para aclamação internacional e eles tinham resposta ao redor do globo para quase esgotados audiências em toda parte.
YoungBlood são preparados para um estágio ainda maior com o lançamento de seu selo musical Layered, que tem assinado um acordo de distribuição internacional. Layered musical é uma divisão da sua fundada Layered Arts Collective sediada em Madison, Wisconsin e Brooklyn, Nova York.
Esta organização funciona como uma gravadora independente, a literatura e a sociedade de edição de música, estúdio de gravação e fórum de artistas conceituados no projeto, estudantes e educadores que trabalham em conjunto para construir uma comunidade focada em inflamar a população local e global, com a educação artística e oportunidades relacionadas. Eles têm se dedicado a esse trabalho por anos, e canções do catálogo YoungBlood estará agora disponível em marcha e arranjo de big band com a Warner Bros Publications.
Com uma gravadora nova, florescimento das artes locais num coletivo, PUNK DIY estética, com finalidades educativas a nível mundial, incríveis performances de palco e muita fúria e ambição, Youngblood Brass Band está prestes a tornar-se um portador da tocha para um novo tipo de artista – com uma implantação nas escolas de todo o mundo pela graça do bom público de rádios, webradios e realizada em alto desempenho por aficionados da nova música em todo o mundo.
Faremos o que devemos.
Convencer os outros do que ouvir, do que pensar, ou do que vestir já seria demais e não é este o objetivo. Mas permitir o acesso a educação e informação são papeis fundamentais para o desenvolvimento intelectual de cada indivíduo, a fim de conscientizá-lo da importância de suas escolhas e o que pode fazer dentro de uma sociedade. Nem sempre receptivas e sim punitivas, é preciso mais do que nunca formação ao indivíduo para que ele possa romper com as barreiras e transcender as fronteiras de sistemas geopolíticos, religiosos e econômicos.
Curioso como falar de música envolve muito mais do que apenas música. Acabamos por falar muito mais de cultura musical ou formação cultural de um povo em uma determinada época ou região.
Afogados na produção material e na riqueza econômica, no vazio existencial, pois estamos atolados de coisas para fazer sem sentido, apenas sobrevivendo e consumindo.
Um povo sem cultura é um povo sem alma.
You gotta be rational - Tim Maia
Comentários
Postar um comentário