Aventura Racional do Homem e o Futuro em 2012

Aventura Racional do Homem e o Futuro em 2012

Fundamentos no homem racional


A origem do pensamento / A origem da divisão / O mundo divido


por Leo Barros [1] 
e Luciana Nabuco


Toda ação parte do pensar. O mundo dominante ocidental divide o pensamento em campos de conhecimento, áreas filosóficas, econômicas, informacionais, arquivísticas, etc...  Atualmente há uma deficiência na base do sistema dominante. Urge uma discussão sobre o propósito dessas áreas e como elas são trabalhadas no campo científico e assim propor mudanças de paradigma.
O homem ocidental se forja na Grécia, pátria mãe da criação de conceitos. O paradigma grego do pensamento racional se perpetua no homem moderno. Continuamos seguindo a lógica dos pensadores universais. Legitimando essa visão superior.
O pensamento racional é o fogo subtraído dos deuses por Prometeu, cujo nome significa “aquele que pensa antes”. Através dessa chama divina o homem ocidental começa a classificar, dividir o mundo em esferas de superior/inferior, civilidade/barbárie, para então apreender o poder, reconhecer a sua autoridade.
Essa racionalidade se estabelece como verdade absoluta, única visão do mundo, sabedoria superior a ser seguida, detentora de um amplo imaginário que dá significado às formas, apropriando-se delas e estabelecendo controle e poder. Um exemplo disso é visto no filme “Matrix”, onde a Matriz é uma forma de controle do mundo, olho que tudo vê. A construção desse mundo depende de quem detém o saber. Mais adiante, ao analisarmos o documentário “Zeitgest” veremos quem são esses agentes que fragmentam o mundo. Por domínio, o homem ocidental cria mecanismos para centralizar a produção do conhecimento e assim determinar a separação entre
civilizados e bárbaros.

O controle da Informação / O grande arquivo do pensamento / Dividir para dominar

Dentro desse raciocínio, “conhecer é saber, é poder”, o arquivo se insere como a materialização dos projetos de dominação. Conhecer para ter o poder. Ter o poder para dominar. O arquivo é o registro dessa instituição que detém o conhecimento, refletindo-se na figura do Estado. A arquivologia por conseguinte é o saber do Estado. Todo esse corpo de conhecimento se fundamentou nas bases clássicas do pensamento moderno. Esse pensamento, como vimos, se apóia em uma visão etnocêntrica. Ou seja, a exclusão de tudo o que não está inserido dentro do grupo racional e superior.

Tudo o que é desconhecido, fora de uma classificação é o estranho, o diferente, o “monstruoso”. Ironicamente, é o próprio saber que constrói o conceito de “mostruosidade”, senão a retórica dualista não teria sentido. Um exemplo disso é visto no filme “Vênus Negra”, história verídica da africana Sarah Baartman, que no século XIX era exibida em feiras européias como um ser degenerado devido às suas peculiaridades físicas, e foi catalogada pelo pensamento ocidental em bancas de cientistas e naturalistas, dissecada física e moralmente como “monstro”.

A ciência, uma das divisões do campo de conhecimento, é usada como auxiliar do pensamento superior ocidental. Esse sistema classificatório de espécies chamado taxonomia corrobora todo esse discurso colonialista e etnocêntrico. Segundo Valdei Araújo no texto “O Arquivo e o Monstro”, o monstro existe para ocupar o espaço do que é errado, defeituoso, degenerado. Vemos claramente essa idéia no filme “Drácula” de Bram Stocker, onde o personagem principal personifica o desconhecido, a aberração. O temor do outro que não conhecemos, da cultura desconhecida relegada ao plano da aberração.

Surge então o conceito de “Arquivos Utópicos”, descrições idealistas para impressões de domínio e compreensibilidade do real. Nesse contexto, o papel do arquivista é com o levantamento e organização de dados, levando em consideração aspectos como: contexto e construção, verdade e mentira, história oral, documentos sensíveis, sigilosos, confrontamento de fontes, fatos e subjetividade, memória e imaginário e outros tipos de documentação. O homem encontra assim seus mecanismos de dominação. O filme “Lawrence da Arábia” ilustra bem essa idéia. Nele, o jovem tenente do Império Britânico é designado em uma missão de reconhecimento e catalogação de tribos árabes. Lembrando que um espaço dominado é um espaço catalogado dentro do pensamento etnocêntrico. Lawrence irá registrar aspectos culturais, geográficos e políticos de um grupo desconhecido para ampliação do Império Britânico. Inútil dizer que essa classificação nada tem de inocente, pois o Império é o rolo compressor de culturas alheias ao seu sistema. Seu verdadeiro intuito é subjugar um grupo em benefício próprio. Porém, Lawrence subverte o próprio sistema ao se inserir na cultura regional dos beduínos. “Sou alguém fora do comum. Vim de um país gordo, de gente gorda”. “Você não é gordo, responde o beduíno. “Não. Eu sou diferente”.

Assim a história começa a ser vista pelo outro lado.

Mas o quê é o real? Poderia ser tudo o que é transmitido através da escrita ou conto?

Mas quem é o contador da história? Ele descreve o que ele vê ou o que pensa que vê?

No texto “A Filosofia e os Fatos”, de Portelli, essas narrativas constituem matéria não exclusivamente literária, mas também histórica. “A construção da narrativa em si, quer seja justa ou equivocada pode enganar-se no momento da interpretação”. Surge a indagação, essa história contada é representativa? 
De quem?

A própria descrição já contém um fator subjetivo, pois depende do olho de quem vê. Essa representatividade não significa normalidade. E o outro lado? Quem não está dentro dessa história é o anormal?

Entramos no campo das possibilidades, da subjetividade das experiências imaginadas. Portelli nos lembra que a sociedade não é uma rede geometricamente uniforme como a abstração das ciências sociais nos representa.
Outrossim, podemos questionar quem constituiu essa rede de informação, quem se imbuiu da autoridade de dividir, fracionar, ditar regras, normas, tudo em benefício de um sistema que hoje vemos defasado. Quem não permite que possamos ver do outro lado?
Segundo Pedro Demo, em seu texto “A Ambivalência na Sociedade de Informação”, a potencialidade informativa dos novos meios de comunicação ainda está presa a acessos elitistas. Ou seja, em certo sentido, todo processo informativo é manipulador, porque seleciona a informação disponível. Exemplificando essa manipulação, voltamos ao filme “Matrix” e a cena da pílula oferecida ao personagem Neo. A pílula é o elemento catalisador, a desconstrução da realidade manipulada, a ampliação da visão, a possibilidade de enxergar a realidade de outro modo. Nesse ponto, o papel do educador é fundamental. O bom preceptor é quem dá a pílula para que seu pupilo veja além dele. Segundo o filósofo humanista Krisnahmurti, o verdadeiro propósito da educação é ajudar a descobrir o que nós queremos, para que possamos nos entregar de mente, corpo e coração naquilo que amamos fazer. Ao ser puxado para o caminho da tradição, do medo, da hereditariedade familiar, das exigências da sociedade, o homem se aniquila e impede o fluxo verdadeiro, por medo de não conseguir sobreviver no mundo, pela enxurrada de informações que nos chegam diariamente, com um único propósito de nos classificar em um pensamento estabelecido como o padrão. Krisnahmurti ensina e reverte a visão ocidental e não se detém em um mundo dividido em “ismos”, em ocidente e oriente, mas afirma que não amar o que se faz gera conflito e a doença social moderna.

O homem e sua grande invenção – a máquina [sistema] perfeita que irá destruí-lo.

A doença social se resume no excesso. A sociedade produz resíduos e suga reservas econômicas, quando que sua eficiência deveria ser a ausência de resíduos. Por isso, a nossa sociedade é extremamente ineficiente. Considere os resíduos como produtos do crescimento que nós produzimos, numa produção de bens e aumento deliberado do consumo como propósito de vida. Vivemos dentro de um pensamento capitalista ordenado por grandes corporações, uma minoria dominante que gere, regula, classifica, e controla nas esferas econômicas, políticas e sociais.

No documentário Zeitgeist são debatidos temas do comportamento humano, o sistema corrosivo financeiro mundial, como ocorre o colapso social e o que poderíamos fazer para evitar o inevitável. Sair dessa classificação dominante seria inverter o jogo, olhar as coisas sob novas perspectivas. Em uma sociedade basicamente errada não pode haver meio de vida correto. Uma sociedade que esmaga o diferente relegando-o em um limbo social, econômico e cultural só tem a saída para a desintegração. Vivemos, pois, encarcerados em um sistema capitalista que depende do crescimento. Para sair desse colapso, deveríamos buscar um objetivo que seria a sobrevivência sustentável do homem através de um método próximo da proposta científica atual com um diferencial: toda política seria redundante, pois eliminaríamos opiniões e interesses da minoria dominante, e os campos de conhecimento, a ciência seria usada para gerir recursos globalmente, coordenar a produção de forma eficiente, num sistema de verdadeira distribuição global, oferecendo tudo para todos onde for necessário, sem interferência dos controladores dos Estados e nações. Ou seja, a corporatocracia que regula o sistema cuja finalidade é lucro, domínio e poder econômicos. A eficiência seria uma economia baseada em recursos para toda a humanidade. Portanto, urge repensar a Educação e dissolver programas de comportamento sociais limitadores de mudanças ou quaisquer revoluções nos paradigmas do mundo atual. Não podemos mais nos ancorar em sistemas tradicionais, no único pensar dito superior. Isso significa exclusão e desintegração. Devemos aliar ao conhecimento novas informações que colaborem e integrem o homem. No documentário “Entrevista com Milton Santos”, vemos que há uma parcela de pensadores, homens que formam o corpo social e crítico de um país como o Brasil, que não se deixam subjugar pela autoridade etnocêntrica e selvagem atual. Milton nos diz que não há produções excessivas de informações, mas de ruídos, os fatos estão à mostra e as notícias são interpretações desses fatos. Afinal, as agências de informação são controladas por grupos financeiros, e os acontecimentos são analisados de acordo com interesses pré-determinados. Ele ressalta que reclamamos contra os autoritarismos, os inevitáveis “ismos” e caímos noutro globalizante, onde se exige um comportamento padrão, mesmo modelo, mesma bula, uma variedade de caminhos que são apenas limitadores da verdadeira liberdade e cidadania.

“Porque no Brasil jamais teve cidadãos, nós a classe média não queremos direito, queremos privilégios, e os pobres não têm direito. Não há, pois, cidadania nesse país, nunca houve”.
Milton Santos

A sociedade produz resíduos e suga reservas econômicas. Nosso principal objetivo deveria ser a sobrevivência sustentável em um sistema de distribuição global sem interferência dos controladores do Estado e nações, a Corporatocracia, que regula um sistema cuja finalidade é o lucro, o domínio e o poder econômico. Segundo Pedro Demo em seu texto “Ambivalência na Sociedade da Informação” - a potencialidade informativa dos novos meios de comunicação ainda está presa a acessos elitistas, e quando traduzida em telecomunicação tende fortemente o instrucionismo. Ou seja, em certo sentido, todo processo informativo é manipulador, porque seleciona a informação disponível. A dificuldade de olhar as coisas sob novas perspectivas, invertendo um pouquinho desse jogo, poderia evitar o colapso do sistema atual. Em uma sociedade basicamente errada não pode haver meio de vida correto. A atual sociedade é fundada na inveja, no ódio e no desejo de poder. Isso gera conflito e desintegração. E cria mecanismos para perpetuação desse poder e achatamento de grupos e esferas que não compartilham desse propósito. No documentário Zeitgeist são discutidos temas do comportamento humano, o sistema corrosivo financeiro mundial, como acontece o colapso social e o que poderíamos fazer para evitar o inevitável.

Quando o principal objetivo é a sobrevivência sustentável do homem, com um método próximo do que seria a proposta científico de hoje, com um diferencial: daqui por diante, toda política é redundante, pois não se trata de opiniões e interesses da minoria dominante, mas sobre ciência e como gerir recursos globalmente, coordenar a produção para a demanda de forma eficiente, num sistema de distribuição global, oferecendo tudo para todos onde for necessário, sem interferência dos controladores dos estados e nações, a saber, a corporatocracia, que regula o sistema cuja finalidade é lucro, domínio e poder econômicos, passando-se então para a Economia Baseada em Recursos a toda humanidade.

Deve-se também, para entender esse sistema que assegura o consumo apenas do necessário e o quanto se pode crescer e, tendo essa exata noção, deve-se repensar a Educação e dissolver Programas de Comportamentos Sociais limitadores de mudanças ou quaisquer revoluções nos paradigmas deste mundo atual.

Na essência do Zeitgeist, temas como comportamento humano – falhas na educação fundamental, fase infância; Crime, violência e medo - A taxiologia – tratado das classificações – medo e violência são partes importantes de um produto de uma sociedade doente, onde quanto maior a igualdade numa sociedade, ou quanto menor a distância entre pobres e ricos, menos criminalidade e melhor nível de educação; Dinheiro igual a dívida, todo dinheiro que existe no mundo é emprestado de uma dívida bancária e assim por diante, fator que torna esse sistema ainda mais crítico são os juros pagos sobre o reembolso do dinheiro emprestado, onde mais dinheiro deve ser criado, perpetuando essa dívida impagável, em efeito bola-de-neve auto-corrosivo.

A eficiência deveria ser a ausência de resíduos. Daqui resulta que a nossa sociedade é extremamente ineficiente. Considere os resíduos e o produto do crescimento que nós produzimos. Considere a produção de bens e o aumento deliberado do consumo como propósito da vida, que é viver para o consumo no sistema capitalista, onde a economia depende do crescimento. Se o crescimento é estagnado, o sistema entra em colapso. Esta paralisação, por sua vez, tem a ver com o sistema monetário, que se alimenta do débito a partir da falência, ou quebra do sistema de países inteiros como no caso recente da Grécia, na dependência na figura do FMI – leia-se: famílias que controlam as indústrias e empresas que controlam a economia global - cujo objetivo final é o crescimento de suas reservas econômicas, sustentar a existência de uma espécie endêmica, visto que a economia é a força motriz deste crescimento, portanto, quanto mais pessoas doentes, produz-se mais drogas, cria-se toxicodependência, subsistência e sub-empregos, mais subserviência e controle, e assim por diante...

Uma grande mentira bem contada e, voilà, uma grande verdade incontestável.

No depoimento de Milton, vemos que produzimos muito mais comida do que se pode comer, descobriu-se que a comunidade européia premia quem deixa de produzir comida, e castiga quem produz mais do que a cota estabelecida – por quem?

A questão da fome não é sobre produção mas sim de distribuição, a exemplo de epidemias de fome na África onde os E.U.A recusou ajuda caso condições políticas não fossem atendidas. A fome deixa de ser o centro da questão da humanidade e sua organização em uma sociedade mal-intencionada será o foco.

Caso continuemos entorpecidos pela realidade que nos cerca, o receituário do Banco Mundial seja seguido, teremos que aprender a conviver com a morte pela sede em breve, onde os recursos hídricos também serão monopolizados, sobre premissa de que não haverá água para todos, quando na verdade, há as Transnacionais da Água, sob a lógica de suas ações na bolsa financeira, muralhas do capitalismo fragmentando o espaço por controle, poder e lucro. Quando deveríamos reiniciar o debate sobre nossa civilização, abandonado em função do crescimento econômico, juros, inflação e outras abstrações, onde civilização não é objeto de discussão, abrindo precedentes para barbáries como essa, na qual se mata povos e nações indiscriminadamente.

A mídia e sua fábula de globalização, onde o homem deixou de ser o centro do mundo em função do dinheiro em estado puro, fruto de uma geopolítica proposta pelos economistas, impostas pela mídia, controlada pela corporatocracia, onde 6 empresas controlam 90% do mercado da mídia mundial. Ancorada no livre-mercado com trilha para o paraíso, sua antropologia moderna criou seu Homo-Davos, pregando o fim da história através de fundos para anestesiar a pobreza, quando deveria intermediar as reais necessidades da humanidade, e não maçantes repetições de informações compradas notoriamente percebidas. Uma nova ordem mundial estabelecida em competitividade sem limites morais. Não há produção excessivas de informações mas de ruídos, existem os fatos, e as notícias são interpretações destes fatos, com as grandes agencias são controladas por grandes grupos financeiros, os acontecimentos são analisados de acordo com interesses pré-determinados. A informação como instrumentos de processos globalitaristas, produzindo formas totalitárias de vida.

As formas tradicionais de democracia atuais não convencem os mais pobres. Procuram uma alternativa numa globalização solidária, por meio de ONGs e organizações do terceiro setor. Mas o Estado no seu exercício através da política, torna-se indispensável se socializadores, pois as forças de desigualdades são muito mais fortes que no passado, onde não se discute o papel da democracia, seqüestrada e condicionada, cabendo apenas o poder ao cidadão na esfera política, substituir um governo que não gosta e colocar outro que talvez venha a gostar, participando do que seria real democracia, apenas os representantes das minorias dominantes, definidas anteriormente. A palavra perde seu conceito original e tornam-se vazias pois o tempo mudou, e sua coerências não reflete-se principalmente na atuação política. Reclamamos contra os autoritarismos, fascismo, nazismo e caímos noutro globalizante, onde se exige um comportamento standard, mesmo modelo, mesma bula, uma variedade de caminhos limitadores que pressupõe liberdade e cidadania, apenas na retórica da globalização.

Coisas realmente simples, como a técnica como plataforma para a liberdade – segundo depoimento dos Crenaques da Serra do Cipó, ainda no filme com Milton – ser universal aqui mesmo olhando para evolução de nossa própria existência, vai permitir - sem abandonar - o que a gente é, um povo indígena, somos perfeitamente universais, a exemplo do índio jornalista e produtor gráfico, Ailton Crenaque, que usa a Rede Povos na Floresta como tecnologia da comunicação para integrar o povo indígena e seringueiro.

Este fenômeno pode se multiplicar, por enquanto há uma coerção contra estas formas, limitadas em termos renovadores por escassez de recursos e falta de incentivo dos legisladores, porém pela demanda que vem de baixo, de forma explosiva, teremos alguma coisa nova acontecendo através daqueles com ‘curiosidade aguçadas’, numa grande utopia para o século vinte e um.

Tudo isso precisa ser mudado para que haja uma sociedade correta, equânime. Tendemos a achar que isso é tarefa impossível. Não é, somos eu e você que temos que cumpri-la. Hoje, qualquer meio de vida que escolhemos cria infelicidade ou contribui para a destruição da humanidade. A mudança ocorrerá quando não estivermos na busca pelo poder, quando eliminarmos inveja, ódio e antagonismo. Quando em nossos relacionamentos causarmos alguma transformação. Assim estaremos de forma genuína a criar uma nova sociedade, formada por pessoas livres da tradição, das correntes do autoritarismo. Somente o homem que busca a realidade pode criar uma nova sociedade. O fogo sagrado subtraído por Prometeu não deve ser exclusivo de uma minoria.

O fogo só tem razão quando alimenta e aquece na escuridão.

Dessa forma, concluímos através de um pensamento de Krisnahmurti, pois apenas descobriremos a resposta quando rompermos com o medo:
“Veremos o quão importante é trazer para a mente humana a revolução radical.
Essa crise é uma crise na consciência. Uma crise que não pode mais aceitar as velhas normas, os velhos padrões, e as antigas tradições.
E, considerando o que o mundo é hoje, com toda a miséria, conflito, brutalidade destrutiva, agressão e assim por diante...
O homem ainda é o mesmo de antes. Ainda é bruto, violento, agressivo, acumulador, competitivo.
E construiu a sociedade nestes termos”.
“O que estamos tentando, como toda essa discussão e retórica, é ver se não podemos fazer acontecer uma radical transformação da mente.
Não aceitar as coisas como elas são, entende-las, mergulhar nelas, examiná-las. Usar o seu coração, a sua mente e tudo o que você tem pra descobrir
um jeito de viver diferente. Mas isso depende de você e de mais ninguém. Porque nisso não há professor, nem aluno, não há um líder, não há guru,
não há mestre, nem há salvador...
Você mesmo é o professor, o aluno, o mestre, o guru, o líder, você é tudo e... Entender é transformar o que há”.
Krishnamurti

Reposição de mentes atrofiadas através da semeadura de espécies mentais novinhas em folha.

Em uma sociedade basicamente errada, não pode haver meio de vida correto. Nosso meio de vida, qualquer que seja, leva à guerra, à miséria geral e à destruição, e isso é perfeitamente óbvio. Nossa ocupação, seja qual for, contribui inevitavelmente para que haja conflito, decadência, implacabilidade e sofrimento.

Então, a atual sociedade é basicamente errada, fundada na inveja, no ódio e no desejo de poder, de modo que cria meios de vida errados, como as profissões de soldado, policial, advogado. Por sua própria natureza, essas profissões são um fator de desintegração da sociedade, e quanto mais soldados, policiais e advogados, mais evidente se torna a decadência da sociedade. No mundo todo há cada vez mais homens de negócios que os acompanham.

Tudo isso precisa ser mudado para que seja fundada uma sociedade correta, e achamos que essa é uma tarefa impossível. Não é, e somos você é eu que temos que cumpri-la. Hoje, qualquer meio de vida que escolhamos cria infelicidade para um outro ou contribui para a destruição da humanidade, como vemos diariamente. Só haverá mudança quando você e eu não estivermos buscando poder, quando não formos invejosos, cheios de ódio e antagonismo. Quando, em nossos relacionamentos, causamos alguma transformação, estamos ajudando a criar uma nova sociedade formada por pessoas que não estão pressas à tradição, que não pedem nada para si mesmas, que não estão em busca de poder, porque são ricas por dentro, encontraram a realidade. Só o homem que busca a realidade pode criar uma nova sociedade, só o homem que ama pode transformar o mundo.

No campo educacional e filosófico, educação, trabalho e dinheiro – o que é educação e como decidir com o quê trabalhar – parte III de Krishnamurti – o verdadeiro propósito da educação é ajudá-lo a descobrir o que quer, para que você, quando for adulto, possa se entregar de mente, coração e corpo aquilo que realmente ama fazer. Descobrir o que realmente gosta de fazer exige bastante inteligência, porque, se tiver medo de não ser capaz de ganhar a vida, ou de não se encaixar nessa sociedade podre, nunca descobrirá. Mas, se não tiver medo, se recusar-se a serem puxados para o caminho da tradição por seus pais, professores, pelas exigências superficiais da sociedade, você poderá descobrir o que realmente ama fazer. 

Portanto, para descobrir, você não pode ter medo de não conseguir sobreviver.

Mas muito de nó ainda tem esse medo. O que será de mim se eu não fizer o que meus pais querem? Se não me encaixar na sociedade, perguntam-se. Com medo, fazemos o que nos mandam fazer, e nisso não há amor, há apenas contradição, e esta contradição intima é um dos fatores que criam ambição destrutiva.

Autoconhecimento – medo e raiva e violência - Parte dois de Krishnamurti – ensina e reverte a visão ocidental e não se detém em conceitos de um mundo dividido “ismos” de todo tipo. Desse modo, a função básica da educação é ajudá-lo a descobrir o que realmente ama fazer, para que você entregue a mente e o coração aquilo. Porque isso cria dignidade humana, varre para longe a mediocridade, a mesquinha mentalidade burguesa. Por essa razão é tão importante ter os professores certos... Descobrirão a resposta quando amarem o que estão fazendo. Se você é engenheiro porque precisa ganhar a vida, ou porque seu pai ou a sociedade esperam isso de você, esse é outra forma de compulsão, e compulsão, sob qualquer forma, cria contradição, conflito.

Mas se você realmente ama ser engenheiro, ama arquivologia ou até mesmo a ciência, ama plantar uma árvore, pintar um quadro, ou escrever uma poesia, não por status e para ser admirado, mas apenas porque ama o que faz, então descobrirá que não está competindo com ninguém.
O autor Pensa que este é o segredo: amar o que se faz. Talvez queira trabalhar com a cabeça, ou produzir algo com as mãos. Alguma destas coisas é o que você realmente ama. Ou seu interesse é meramente uma reação à pressão social?

“As únicas limitações que temos como raça humana são aquelas que impomos a nós mesmos...
Numa sociedade decadente, a Cultura, se for verdadeira deve também refletir decadência, e a menos que queira desacreditar e trair -
em relação à sua função social - a cultura deve mostrar o mundo
como mutável e ajudar a mudá-lo”.

FELIZ 2012!



Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração... Acordará
Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência... Adormecerá
E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Quando não se tem mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for, livre do temor
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare
Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá, para dar amor
Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do tempo espiral
E quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração... Acordará
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Nitai Gauranga Jaya Gaura Hare
Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência... Adormecerá
E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare
Nitai Gauranga Jaya Gaura Hare
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá, para dar amor
Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do tempo espiral
Amor dará e receberá
Do braço, mão; da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu guia natal
Haraie nama krsna, yadavaya nama há (3x)
Yadavaya madhavaya Krsna vaya nama há
Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Adeus dor

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Aventura Racional do Homem e o Futuro em 2012 

TEMAS | TEXTOS

CLAVAL, P. Espaço e Poder. Rio de Janeiro : Zahar, 1978, p. 7-21.
ARAÚJO, Valdeí. O Arquivo e o Monstro. Resenha sobre o texto de RICHARDS, Thomas. The Imperial Archive: knowledge and fantasy of Empire. London, New York: Verso, 1993.
PORTELLI, Alessandro. A Filosofia e os Fatos. Narração, interpretação e significado nas memórias e nas fontes orais. Tempo. v. I, n.2. Rio de Janeiro, 1996. p. 59-72.
DEMO. Pedro. Ambivalências da sociedade da informação. Ciência da Informação, v.29, n.2, mai/ago/2000. Brasília-DF. IBICT, 2000, p. 37-42.
KRISHNAMURTI, J. O que você está fazendo com a sua vida?: Passagens selecionadas sobre grandes questões que nos afligem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Era. 2008.

FILMES

Lawrence da Arábia, 1962. Direção David Lean.
Vênus Negra, 2010. Direção Abdellatif Kechiche.
Zeitgeist – the movie, 2007 – Dirigido por Peter Joseph. Disponível em
Encontro com Milton Santos – O mundo global visto do lado de cá: uma proposta libertaria para estes dias tumultuados. 2001. Direção Silvio Tendler.
Bram Stoker's Drácula, 1992 (EUA). Direção: Francis Ford Coppola.
The Matrix - 1999 (EUA) – Direção Andy e Larry Wachowski
Vale a pena destacar da Sinopse o seguinte: Em um futuro próximo, Thomas Anderson (Keanu Reeves), um jovem programador de computador que mora em um cubículo escuro, é atormentado por estranhos pesadelos nos quais se encontra conectado por cabos e contra sua vontade, em um imenso sistema de computadores do futuro. Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheus, entretanto, está convencido de que Thomas é Neo, o aguardado messias capaz de enfrentar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade.
“ Estamos fazendo ensaios do que será a humanidade... Nunca houve”.
Milton Santos

[1] Luciana Nabuco – jornalista proteiforme -  colaborou anotando tudo num esforço supra humano de por ordem em minhas idéias, e ajudou na escrita deste texto insano.

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