Revelações Kavernistas no século XXI

Revelações
Bem amigos Kavernistas…


O tema no post anterior despertou a curiosidade alheia…

alheia a mim, que devo prosseguir com o objetivo de revelar o lado oculto da grã-sociedade Kavernista em pleno século vinte e um.

Acontece que só agora pude ler o jornal de Domingo que se propôs a explicar e fazer um balanço das atrações do Rock in Rio. Será que eles estão me copiando? [rs].
Lendo as notícias percebo que não.

A começar pelo destaque de matéria no segundo caderno  do O Globo que diz “Política chega ao palco do festival”.
Má nem de longe isso aconteceu.
Nossos artistas foram todos vendidos, tão barato que eu nem acredito – diria cazuza – até mesmo porque os Dinhos e os Ticos (Capital Inicial e Detonautas) estão muito mais preocupados com suas imagens além da necessidade de ocupar os palcos no main stream.
E foi só isso o que eles fizeram. Na real, tal política afirmada pelo título da matéria se refere ao politicamente correto, que o máximo de sentido entendida pela elite que participa do festival. Imagina, se fosse um festival de rock realmente engajado não aconteceria, por exemplo, o fato mencionado pelo próprio jornal que relatou o incidente com um espectador que tentou adentrar na zona politicamente correta com uma máscara do anônimos. Ora, então podemos afirmar que a política não chegou ao palco, ficou do lado de fora.

O Capital Inicial deixou de ser inicial há muito tempo. Ele tem contrato vitalício com grandes eventos no Brasil, por quê será? Talvez seja isso sim uma questão política, eu diria de economia. E o show do capital foi justamente isso – econômico – na atitude, nos refrões e nas manifestações de engajamento com algum ideal. Por mim o show deles poderia ter começado com atitude que demostrou a banda gringa Muse, que de trás para frente - quebrando os instrumentos e indo embora.
Até na homenagem ao Champignon poderia ter sido melhor, já que o ocorrido denota claramente as pressões exercidas sobre os artistas no que diz respeito as pressões do capital. Limitou se a dizer, pô cara isso, pô cara aquilo, gostaria que vocês me ajudassem a cantar uma música dele (Champignon) por que eu me esqueço das letras… Parece que ele se esqueceu muito mais do que somente as letras, mas vamos deixar o capital em paz [rs]. Senti pena mesmo foi do Lulu, o Santos. Já pesou ter que subir ao palco e ter sua musica dilacerada pela incompetente banda alheia? E digo isso com o mérito de já ter assistido projeto paralelo do Lulu, onde ele com maestria dominava sua fender verde água com maestria, mais um baixista e um baterista que davam conta do recado.

Numa tentativa forçada de conotação engajada, a matéria seguiu reunindo os brasileiros com os gringos Off Spring e o Marky Ramone. Coitados dos gringos, fazer parte de uma cena que nem sequer sabem do que se trata. Faço uma ressalva ao Bnegão e ao Gabriel, que apesar da ausência de talento mostram-se fiéis aos seus ideais. O resto foi pura forçação de barra.

O mais interessante foi ver na coluna dominical do jornal uma declaração do Caetano Veloso se dizendo classe média. Ô meu velho, você já perdeu mesmo a noção de quanto vale a nota em sua classe social?

Além disso vim com discurso desgastado da luta entre esquerda e direita em afirmações intelectualizadas, não se justificam para defender seu ponto de vista centrista como você afirma. Na real as “twitadas” que recebeu foram no mínimo bem mais contundentes do que sua careta fazendo posse numa fantasia de Black Bloc. Só aí já há motivos de sobra pra lhe dizer que você não é classe média coisíssima nenhuma.

Devo lhes dizer, caros leitores [e tem algum?], que todo esse mis-en-scène parte da mesma fonte opressora que nos impõe a trabalhar para os mesmos donos do capital, seja ele um jornal, seja ele um canal de tv, seja ele um festival. Todos - sem exceção - somos obrigados a seguir as regras globais que ditam as tendências e manipulam as mentes em favor da expansão comercial. Daí advém a manutenção de seu poder e a fonte de seus recursos. Pois este sim é o principal objetivo daqueles que controlam as pessoas – ter mão de obra, recursos e controle econômico sob bases da exploração racional dos menos favorecidos. Estes pobres de espírito não fazem ideia do tamanho da traquinagem. Os mecanismo de controle são sofisticados, engendrados ao longo dos anos pela manipulação e controle da informação. Vale lembrar que a quantidade de informação hoje disponível não reflete necessariamente qualidade de conhecimento.

Todos nós estamos carentes de motivos, estamos sem ideal, estamos perturbados pela potência das imagens super bem trabalhadas, e dos [des]estímulos sonoros. Todos marchando ao ritmo da imposição cultural, que mantém dois circuitos culturais: os que abastecem o mercado e os que consomem a informação. A partir daí se configura uma relação de dependência em todos os sentidos. Jamais  estaremos engajados em alguma coisa realmente autentica senão percebemos e codificamos estas duas forças, estes circuitos, o superior e o inferior. A plebe em estado de êxtase com a prole de nossos artistas atuais. Bastaria conhecermos melhor a história para que a verdade nos libertasse.

Restaria o contato com O capital de Marx para que conseguíssemos entender os projetos de dominação, que hoje estão mui sofisticados e operam em nível micro biótico, transfiguração de genomas, manipulação genética, controle por inanição e chacais econômicos, que minam as resistências e lhes impõe o medo pela presença militar e a ameaça de ataques por armas químicas. O sistema dominante se mantem agora – agora não desde sempre - por mecanismos invisíveis a olhos nus. Isso sem mencionar as exclusões sociais mascaradas pelas políticas afirmativas, só se for as afirmativas do apartheid social-econômico.

Aos esclarecidos um posicionamento mais claro e definitivo. São poucos os que conseguem ver, mas estes estão tão desarticulados que soam patéticos ou são transfigurados com as máscaras da indiferença e da banalidade, justificadas pelo consumo massivo de porcarias variadas de mesmo sumo constitutivo. É a gororoba do jabá musical.
É a sopa cultural empurrada goela a dentro para que seja perpetuada a ignorância, a falta de bom senso, a apatia, a desorganizada força que aparentemente dita a ordem social – que manipula e se apropria do espaço – através do poder do Estado a serviço das grandes companhias. Será que é para isso que serve o Estado? Preciso mencionar que aquele festival estava recheado de ‘Brand’ perecíveis de baixo conteúdo nutritivo. E a água, custava módicos cinco reais por quê? Tudo isso embaladinho num pack econômico de seis unidades ou seriam doze?

Resistir diante de um espetaculoso ambiente em estado de jejum não é para qualquer um. Não é exatamente assim que se germinam algumas das convicções sociais que podem resultar em um movimento autenticamente isento de caráter politico. Mas isso não tem tanta importância…

Vou finalizar com um sopro de esperança porque a coisa estava ficando pesada demais. Talvez este post se estenda por mais alguns episódios que inevitavelmente virão, mencionando ou não a continuação do Rock in Rio ou algum outro tema relativo as manifestações sociais em nossa contemporaneidade.
Compartilho aqui algumas pinceladas do brilhante músico-poeta-escritos-cronista Tony Bellotto, que no mesmo jornal consegue ser uma ilha de consciência e sobriedade nesse mar de tubarões.

Só o amor constrói pontes indestrutíveis


Estrelas do Rock convivem com esse paradoxo: como contestar e questionar um sistema e ao mesmo tempo fazer parte dele?


O mito de sísifo em que estamos atados a problemas sem solução, a um trabalho que não te levará a lugar algum. O absurdo da existência exige o suicídio? O escritor Camus conclui que não, mas exige revolta.

Menciona ainda que o suicídio é um tabu social, que todas as religiões condenam a prática, e em algumas até negam as honras fúnebres. Hoje o estado não criminaliza mais o suicídio, já houve época em que a prática era punida em alguns lugares até com a pena de morte, deu pra imaginar isso, morrer duas vezes?
Eu iria além disso. Hoje morremos três vezes: morremos pelo que pensamos, pelo que falamos e pelo que não agimos.

Hoje o Estado criminaliza os movimentos sociais. Nos pune por aquilo que não fazemos, por aquilo que poderíamos vir a fazer. É o Estado da vigilância e do controle. Para quem? Nos proteger do quê?

“Talvez não exista mesmo nenhuma explicação para o suicídio do Champignon. Talvez os suicídios aconteçam em dias comuns, como hoje, um dia ideal para os peixe-banana, nos deixando a todos com o travo da estupefação na boca”
T.Bellotto


Decifra-me ou te devoro

Fica à seu critério, caro leitor, decifrar as revelações da Grã-ordem Kavernista.

Devo esclarecer que sou um otimista, sobre tudo. Um otimista encara a realidade sem fantasia e vai pensar em algo pra melhora-lá.
Os pessimistas são na verdade os oportunistas que não atingiram seus objetivos. Eles tramam contra o sucesso alheio. Eu foco bastante nas desmitificação da verdade, pois só assim você poderá encontrá-los e identifica-los com clareza. É isso o que eu faço.

Eu acredito no ser humano, em seu poder de transformar o mundo através de invenções maravilhosas... porém, sempre há porém como num filme de guerra nas estrelas, a conspiração do mal poderá utilizar esse poder pra agir segundo objetivos escusos.
É... lamento desinforma-los a esse respeito mas aqueles desenhos animados que vimos fazem parte do esquema para você aceitar esse realidade dual como uma coisa normal desde sua tenra infância. A coisa acontece nos limites do seu pensamento diante do que vê, do que repete e do você propaga. Tome sua posição diante desse fato, inevitavelmente a lei universal do retorno fará com que recebamos por aquilo que transmitimos ao ambiente.

WAKE UP PEOPLE!!! TAKE HIS POWER!  



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