Vida e morte na terra do sete de setembro

Vida e morte na terra do sete de Setembro



Lirismo autista



LIBERDADE = EXPRESSÃO = AMAR = AUTONOMIA = COMUM = LOCAL = SER = VIDA
REPRESSÃO = CENSURA = VIGILÂNCIA = CONTROLE = MONOPÓLIO = GLOBAL = ESCRAVIDÃO = MORTE

O Estado de Exceção é uma situação temporária de restrição de direitos e concentração de poderes que, durante sua vigência, aproxima um Estado sob regime democrático do autoritarismo.

Nos Estados totalitários, a decretação do Estado de Exceção é menos importante e pode ser dispensada, pela própria concentração natural de poderes que lhes é inerente.

Em situações de exceção, o Poder Executivo pode, desde que dentro dos limites constitucionais, tomar atitudes que limitem a liberdade dos cidadãos, como a obrigação de residência em localidade determinada, a busca e apreensão em domicílio, a suspensão de liberdade de reunião e associação e a censura de correspondência.

BUSCA E APREENSÃO EM DOMICÍLIO, CADÊ O AMARILDO!
OBRIGAÇÃO DE RESIDÊNCIA EM LOCAL DETERMINADO, REMOÇÕES FORÇADAS!
CENSURAS A GRUPOS, ASSOCIAÇÕES, TROCA DE CORRESPONDÊNCIA E LIBERDADE VIGIADA, BLACKBLOCS PERSEGUIDOS (FACEBOOK) VIGILÂNCIA ELETRÔNICA!

"Estávamos somente nos referindo nas músicas a experiência de ser jovem durante o fim dos anos da ditadura em Brasília. Em '83, nossos conterrâneos da Legião Urbana cantavam "Geração Coca-Cola" pela primeira vez no Rio e o resto é história. Começava a invasão do rock de Brasília, caracterizado pela contundência e pela atitude. Pouco tempo depois da morte de Tancredo, as músicas das bandas brasilienses começavam a dominar as rádios nacionais enquanto que nós cantávamos "Proteção" nos desviando de bacalhau, no Chacrinha. A vergonha de estar entre as Chacretes era amenizada por sabermos que milhões de pessoas estavam nos ouvindo. Tínhamos acesso a mídia e usávamos cada centímetro dela para expressar o nosso inconformismo. Vieram os discos de ouro, as excursões e o investimento de gravadoras nesse filão, que os críticos categorizavam de "rock raiva". A rebeldia virou um excelente negócio para as gravadoras. Mas, na verdade, nós estávamos usando o "sistema" sobre o qual tanto cantávamos contra. Exatamente como as músicas eram concebidas em Brasília, chegavam até os quatro cantos do país inalteradas..."

Prosseguia-se a abertura democrática, o fim da censura no Brasil, mas músicas como "Selvagem", dos Paralamas do Sucesso:

"O governo apresenta a suas armas, discurso reticente... e a liberdade cai por terra aos pés de um filme de Godard."

 "Psicopata", do Capital Inicial: 

"Quero soltar bombas no Congresso..."

"Censura", da Plebe Rude: 

"Censura", da Plebe Rude: "A censura, a única entidade que ninguém censura A unidade repressora oficial"

 "Que país é esse", da Legião Urbana:

"Ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação..."


Continuavam a prevalecer nas rádios nacionais. Por que será?
Protesto corporativista?
Rebeldia adolescente?
Negativismo compulsivo?


"Não. Crescemos em Brasília, uma utopia forjada de cima para baixo, que acabou virando uma das mais gritantes apartheid sociais existentes no mundo. Tínhamos somente dez anos a menos que a cidade, que evoluía de capital a caricatura do país; belo, único, cheio de promessas, mas confuso, brutal e injusto. Era disso que estávamos tentando falar, do ângulo peculiar que víamos do planalto central o resto da nação: da fragilidade das instituições e da liberdade".

Quem são os vândalos que não respeitam a constituição?
Quem são os selvagens que não tem direitos  e não sabem o que é liberdade?
Onde estão os psicopatas da censura que não permitem o direito a expressão em seus discursos?

"Não é nossa culpa nascemos já com uma benção

mas isso não desculpa pela má distribuição
Com tanta riqueza por aí, onde é que está
cadê sua fração?
Até quando esperar a plebe ajoelhar
esperando a ajuda de Deus
Até quando esperar a plebe ajoelhar esperando a ajuda de um divino Deus"

"Um pouco além de notícias de jornal
um pouco aquém da situação atual
este absurdo já é tão constante
se você parar por um instante
O que tens que evitar é se acustomar
O poder do sim ou não
as letras em negrito
quem cala consente, isso não
proponho um plebiscito
O absurdo e essa indecisão
tanto esforço para dar uma opinião
a plebe incita uma chance
se você pensar por um instante."






fonte: SELIGMANN-SILVA, M. Walter Benjamin: o Estado de Exceção entre o político e o estético in: Cadernos Benjaminianos, Volume 1 - Número 1 - Junho/2009.Philippe Seabra Nova York, EUA 1995. disponível em: http://www.pleberude.com.brhttp://www.vagalume.com.br/plebe-rude/ate-quando-esperar.html
http://www.vagalume.com.br/plebe-rude/plebiscito.html

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